Refletindo sobre a saudade de minha mãe neste dia, me dou conta do
melhor presente que ela me deixou: o meu irmão!
Ele é quem melhor entende a falta que ela nos faz e melhor compreende a
minha dor. Estávamos juntos na despedida e, cada um a sua maneira, viveu aquele
momento da perda da mesma mãe, ainda que nossa diferença de idade fosse grande.
Não fosse o meu irmão, os ensinamentos e exemplos de minha mãe teriam se
perdido no tempo, e eu com eles.
Ele muitas vezes foi duro, a começar pela
primeira frase que me disse após o enterro de nossa mãe que ecoa em minha mente
até hoje, mas já não com a rudeza daquele momento, mas com o significado doce
da preocupação de quem ama de verdade.
Com este presente que minha mãe me deixou tive o exemplo de homem,
esposo e pai, que não tivera por circunstâncias de vida.
Com seus conselhos e repreensões consegui colocar em prática os
ensinamentos de minha mãe e chegar hoje a ser quem sou: um homem esforçado em
ser bom, apesar de minhas fraquezas, mas sobretudo alguém que sabe que a cada
queda precisa levantar.
Meus valores, meus princípios e minha fé, são fruto da presença de meu
irmão em minha vida.
Não, não tive o Atari que tanto quis, não tive o autorama que muito
sonhei, mas tive o maior presente que minha mãe podia me dar, o sentimento de
família consubstanciado na figura do meu irmão.
Neste dia das mães, em que 26 anos não aplacaram a saudade, gostaria de
dizer a minha mãe que a distância e o tempo não nos separaram. Estarás sempre
presente em meus pensamentos e em meu coração.
Só tenho a te agradecer pela minha vida e pelo meu irmão. Mãe, obrigado!