sábado, 30 de novembro de 2013

Nem tudo dura para sempre

Como os mais chegados sabem, tenho passado por mudanças nos últimos tempos.

Neste novo momento me vi chamado pelas circunstâncias a analisar minha vida, meus hábitos, meus projetos, a fim de conseguir definir quem realmente eu era e para onde pretendia ir.

Estas reflexões nem sempre são fáceis porque muitas vezes elas nos chamam a tomar atitudes de mudança, talvez até radicais sob certo ponto de vista, mas necessárias para que possamos viver com honestidade nossos sentimentos e para que consigamos ser felizes.

Como também sabem meus amigos, estou casado há quase treze anos com a mesma mulher, ao que se soma mais uma década de namoro. Ou seja, desde os meus 18 anos nesta relação.

Com a chegada de nossa terceira filha, as cobranças profissionais, a mudança física pela qual estou passando etc... percebi que a vida se modificava.

Aquela menina de 15 anos que conheci e me apaixonei já não tinha o mesmo encanto...  Aquela mulher de 20 anos com quem fazia planos para o futuro, não havia tido sucesso em alcançar o que planejávamos... A mãe perto dos 30 que me ajudara a ser pai, esta ficara no passado, pois agora eu já era pai de 3 crianças... É, percebi que o tempo passou e que eu estava diferente, pensava diferente e sentia diferente!

Como diz o povo por aí, o universo conspira para um verdadeiro amor e ele está no ar... Enquanto refletia sobre estas questões em um cafezinho em um shopping, minha visão periférica percebeu algo de diferente no entorno e, então, ao olhar, vi uma linda mulher, na faixa de 40 anos, em um vestido azul lindo, cabelos balançando como em um comercial de xampu... Senti meu coração bater descompassado e, se eu fosse um desenho animado, meus olhos saltariam da órbita, o queixo cairia e a língua encostaria no chão...

Por estas coisas da vida ela sentou próximo e acabamos por conversar... Começamos falando sobre café, passamos pelas preferências sobre chocolates e, quando vimos, já estávamos planejando o verão juntos...

É... a vida prega peças e muda nossa vida de cabeça para baixo de uma hora para outra!

Assim, em tempo de internet este é o meio de noticiar mudanças, pelo que comunico aos amigos que me separei e estou casando novamente.

Se forem difíceis os primeiros contatos com ela, peço que tenham paciência em consideração a mim... Garanto que ela é muito simpática, querida, é médica e vai cuidar muito bem de minhas três filhas, além de me fazer feliz!

É bem diferente daquela que conheci há mais de 20 anos, mas é quem faz o meu coração bater acelerado quando está perto, faz meu estômago doer quando se aproxima e faz eu querer estar com ela o quanto antes e o máximo que eu puder... É ela que faz o tempo voar quando está ao meu lado e congela quando está longe...


Aquela mulher de vestido azul mudou a minha vida, mais uma vez... Letícia, te amo e obrigado por estas mais de duas décadas de amor renovado a cada dia!


segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Minha vida tem sentido cada vez que eu venho aqui




Este ano tem sido relativamente difícil para mim. Algumas mudanças importantes na família, no trabalho e pessoalmente, têm exigido um pouco mais deste homem....
Em determinado momento, em conversa franca e sincera com minha amada esposa, lembrando de fatos do passado (que nem sempre são dias de sol), indaguei fortemente qual o motivo para que Deus tivesse preservado minha vida por estes quarenta anos... Não seria melhor ter deixado eu perecer para que não passasse pelas provações que me consumiam e pelas dores que senti...
Claro que foi um momento de desespero, cansaço e falta de serenidade para olhar o entorno e ver as maravilhas que ELE tem propiciado em meu dia a dia. Mas a indagação veio e veio forte!
Mas como diz meu irmão, Deus é pai, e como tal, mima seus filhos. E, nesta semana que passou, mais uma vez recebi e percebi o afeto de Deus em minha vida, através de um daqueles mimos que fazem a gente ver a vida diferente.
Minha filha Ana Carolina, ontem, recebeu o sacramento da primeira Eucaristia, seguindo a vida de fé Católica de seus pais.
Durante a semana, refletindo sobre este acontecimento, percebi que eu e minha esposa estávamos a possibilitar a nossa pequena Ana Carolina o que de mais importante poderíamos lhe dar: a Esperança.
Ao concluir a primeira Comunhão, ela percorrera todos os sacramentos que cabiam aos seus pais a conduzirem. Daqui para frente, o Crisma, o Matrimônio etc, dependeriam de uma decisão pessoal sua. Havíamos cumprido nossa missão. Claro que temos muito ainda a ensinar a esta nossa filha, assim como às demais, mas hoje, com muito orgulho, eu e a Letícia, podemos dizer que conseguimos levar ela até o ápice de nossa fé, que é comungar do sacrifício de Cristo, mesmo que ela, assim como nós, não consiga ainda ter a verdadeira dimensão do que isto significa como teve Santa Terezinha, por exemplo.
Através da Eucaristia nossa vida passa a ter Esperança, pois nada se acaba aqui, e, com Ela, tudo faz sentido!
Se minha filha não fizer curso superior, não falar outra língua, não tiver sucesso profissional,... terá o mais importante. Poderá ser feliz ao se encontrar com o próprio Cristo em uma celebração e lembrar daquilo que seu pai esquece seguidamente: a nossa vida é muito mais do que vivemos aqui!
Ao me dar conta de ser partícipe deste momento de minha filha tive um orgulho gigante. Eu cumpria uma parte da missão de pai e educador, talvez a principal parte.
Após este momento de glória, senti-me envergonhado, ao perceber quão pouco digno era de fazer parte deste momento na vida de minha filha e, quanto mais, de orgulhar-me dele. Como poderia festejar este acontecimento em minha vida quando, há poucos meses não via sentido em meu viver?
Então, lembrei que havia lido que "nós apenas reconhecemos os títulos de glória; é Deus quem nos concede". Minha “dignidade” em viver este momento não era minha, mas era de Deus em mim. Ele quis que eu participasse e me alegrasse com isto. Se eu não via sentido em minha vida ter sido preservada, era porque ela não me pertencia e porque não era a mim que cabia lhe dar sentido.
ELE tinha, e tem, um plano e um sentido para o meu viver.
E então entendi que nossa vida não é nossa e não é para nós, mas é d’ELE e para ELE.
Certamente, virão outros momentos de indagações como as narradas no início deste texto, mas rogo a Deus que me dê memória e me ajude a não esquecer o que senti ontem: eu ajudei minha filha a participar do sacrifício da Cruz e isto também dá sentido a minha vida!
Obrigado Senhor pelo dom da minha vida e por dar sentido a ela, ainda que eu não o perceba. Obrigado pela minha esposa Letícia que está sempre disposta a ouvir as angústias deste pobre homem e sem a qual a Ana Carolina não existiria. Obrigado especial à Mariana que foi muito importante na formação de nossa filha neste último ano.