segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

NÃO DESISTA


Olá, Rodrigo.

Tudo bem? Como vão as coisas por aí?

Espero que bem e que continues na luta para seres uma pessoa melhor.

Não desista da vida e das mudanças que precisam ser feitas. Cuide bem da sua saúde, física e mental, pois dela depende a minha existência. Quando pensares em desistir, quando as esperanças escassearem, lembre de mim. Lembre que só estou aqui porque você persistiu.

Não se preocupe tanto com o seu trabalho e com o quanto ele pode lhe render financeiramente. Muitas vezes a perda de hoje pode ser o ganho de amanhã. Aliás, não esqueça que o sucesso profissional, desacompanhado de outras vitórias na vida pessoal, é um rotundo fracasso.

Beije cada um de seus filhos todos os dias. Diga a cada um deles que você os ama a cada amanhecer e a cada pôr do sol. Mas também não esqueça de amá-los além das palavras, com gestos de carinho e afeto, e, também, com palavras duras que mostrem a eles o caminho certo quando necessário.

Olhe nos olhos de sua esposa todos os dias e lembre da primeira troca de olhares apaixonados entre vocês. Diga a ela que a ama, pois também precisamos ouvir estas coisas no nosso dia a dia. Mas, também a ame além das palavras de forma que ela se sinta amada mesmo quando estiverem fisicamente distantes um do outro. Não esqueça de lembrá-la o quão importante ela é na sua vida, o quanto você é melhor por tê-la ao seu lado e o quanto você sofre quando não consegue ser um bom pai e um bom esposo. Peça desculpas todos os dias, se necessário!

Daqui, tenho boas notícias. Sua pequena Ana já está se encaminhando na vida. A adolescência não foi muito fácil, mas quando tudo parecia ruir o seu abraço, a sua calma e as suas palavras, traziam calmaria e conforto àquele coração atribulado.

A Giana, logo logo atingirá a maior idade. Assim como a irmã mais velha, teve seus momentos difíceis, mas você estava lá para lhe dar o conforto necessário e ajudá-la a superar as dificuldades próprias da vida.

Martina, está crescendo. Com suas caras e bocas sempre alegrando a casa. Assim, como as irmãs, começa a ter as crises próprias da idade. Mas com a experiência adquirida com meninas adolescentes, você consegue fazer ela sentir o seu afeto e acalmar-se apesar de ainda não entender muito bem as suas emoções.

Pietro está impossível. Corre pela casa, apronta com as irmãs, vive em seu mundo de fantasia… Mas ai de quem falar qualquer coisa de suas manas! Discute e às defende até que o seu interlocutor se canse!

Todos eles sabem que seu pai tem defeitos, mas também sabem e sentem que você faz tudo o que pode para bem criá-los como pessoas e os amas o máximo que pode!

Você e a Letícia cada vez mais apaixonados mesmo que, juntos, tenham mais de um século de vida!

Algumas pessoas queridas partiram neste meio tempo, mas você aproveitou cada momento ao lado delas. É importante que você faça elas saberem o quanto você as ama e o quanto elas são importantes antes que elas te deixem.

Eu, tirei a barba (acho que ela fazia você não me reconhecer ultimamente), estou com os cabelos cada vez mais grisalhos e ainda tentando dominar minha paixão pela comida, mas estou em paz!

E, como disse, só estou aqui lhe escrevendo e lhe contando estas coisas porque você não desistiu, cuidou da sua saúde, física e mental, amou e foi amado, e jamais esqueceu sua filiação Divina e quanto Deus o ama.

Muito obrigado!

E, para terminar, se posso lhe dar um conselho, este é: não faça planos para o ano que vai chegar, mas comece cada pequena mudança agora, pois o amanhã pode não acontecer.

Um abraço e um feliz 2017!

Ass.: Rodrigo, 26 de dezembro de 2026.

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Não basta ser pai...

Já dizia o comercial do Gelol: “Não basta ser pai, tem que participar!”

Pois bem, sábado passado foi dia de madrugar, afinal de contas a Ana tinha nos inscrito em uma competição em um evento na escola e estava ansiosa por nossa participação.

Segundo ela, tínhamos grandes chances porque, afinal de contas, eu tinha jeito para aqueles jogos dos quais participaríamos.

Conversei com ela e expliquei que, enquanto a pessoa mais velha da casa, eu tinha mais experiência. Por causa disto, aos seus olhos e ao dos seus irmãos, eu parecia muito bom, mas no mundo existiam pessoas muito melhores que eu.

Ela não se deu por vencida e disse que talvez não tivesse muitos competidores. Eu redargui que, nestes casos, os poucos, normalmente são os melhores e os mais preparados.

Em que pese meus argumentos, nada foi capaz de lhe tirar a euforia e a certeza que faríamos uma boa participação.

Fiquei pensando na responsabilidade que temos com eles (nossos filhos). Somos seus super heróis. Sabemos tudo: de que são feitas as estrelas, como o avião voa, quanto é mil mais mil... Resolvemos todos os problemas... Vencemos sempre...

E isto é bom! Somos nós, seus pais, que devemos ser seus ídolos. Quando este espaço é ocupado por terceiros, algo está errado.

Aos poucos eles vão descobrir que não é bem assim, mas até lá, tomemos nosso lugar de Super-Pai! Eles depositam sua confiança em nós e não podemos desapontá-los!

E não desapontá-los não é estar sempre certo, ter resposta para tudo ou vencer sempre... É amá-los, entende-los, educa-los, chorar e alegrar-se com eles... mas para isto precisamos estar presentes...

E eu estava lá como ela me pedira!

No que competimos e se ganhamos ou perdemos, é irrelevante. Participamos juntos!

Foi mais um daqueles programas de pai e filha que, com o crescimento dela, vai ficar cada vez mais raro. Em breve, andar de mãos dadas ou abraçada com seu pai pelos corredores da escola poderá ser considerado “pagar mico”.

Mas sábado, eu aproveitei a oportunidade e desfilei abraçado com ela!

Como recompensa por estar lá, foram muitos sorrisos, vários abraços e o sentimento de que ser Pai é a melhor coisa do mundo!

E, ao final de tudo, a cereja do bolo! Ao sentarmos no carro para ir embora, ela se vira para mim com um sorriso e diz: “Eu não falei? Eu sabia!”

E eu me senti o pai mais feliz do mundo!

Só me resta agradecer a Deus por ter confiado a mim a paternidade de alguns de seus filhos e à Letícia sem a qual eu jamais seria pai da Ana, da Giana, da Martina ou do Pietro.

quarta-feira, 13 de julho de 2016

O essencial é invisível aos olhos

Hoje tive a grata oportunidade de passar um tempo com minha amada Letícia na hora do almoço.

Se eu dissesse que era um tempo só nosso estaria faltando com a verdade se o “nosso” significasse somente nós dois. Isso porque desde que nossas vidas e corações se cruzaram os “eus” foram desaparecendo aos poucos e o “nosso “ foi crescendo a cada dia. Hoje “nosso” tempo é o tempo de nossa família que já não cabe em um carro comum.

Impossível sentar-se à mesa e não trazer as preocupações com nossas filhas e com o pequeno Pietro. Nossa felicidade está também neles. Eles, todos eles, nos fizeram especiais por podermos participar da criação Divina sendo instrumento de geração de vida.

Mas, meus filhos sempre fazem eu perder o rumo, não era sobre isto que eu ia falar.

Queria dizer que foram menos de 2 horas em companhia da minha querida Letícia. Não houve beijo cinematográfico, não houve abraço que busca fundir os dois corpos em um só, não houve olhares insinuantes…

Talvez, aos olhos desatentos, a visão seria de um relacionamento morno e em franca decadência. Mas os desatentos sempre se enganam!

Foram minutos em que dividimos uma refeição, relembramos sonhos realizados, pensamos em metas para o futuro, consideramos que se a Martina tivesse nascido dois dias depois todos os nascimentos de nossos filhos seriam em dias de números primos… falamos sobre os mais diversos assuntos, mas sobretudo, foi um momento em que eu estava ali e ela também. E isto nos bastava e era o que realmente importava!

A presença física dela me faz sentir especial. Foram menos de duas horas juntos, mas foi o meu pequeno oásis no meio do deserto das dificuldades  que a vida às vezes nos impõe.

Andar ao lado dela de mãos dadas, falando sobre nossos filhos, o que falta comprar para quando o Pietro nascer, o quanto temos que economizar em razão da crise, como iremos ajeitar os lugares no carro com a chegada de mais uma vida…foi um momento de imensa felicidade e satisfação!

Muito provavelmente se tivessem filmado nosso curto encontro, o resultado não serviria nem para um filme romântico, nem para um comercial de margarina…

Talvez tenha razão o autor preferido das misses: “o essencial é invisível aos olhos”. Um vídeo, ainda que com o equipamento mais moderno que exista, não seria capaz de captar o essencial daquele nosso momento. O que sentíamos e quanto o nosso amor transbordava em nossos corações...

Saí deste encontro renovado, feliz, contente, pronto para enfrentar as dificuldades que me aguardavam pelo resto do dia… Mas sobretudo, muito mais apaixonado! Contando as horas para revê-la novamente, como contei na primeira vez que nos despedimos…


Mais uma vez senti o amor! E mais uma vez a amei!

quarta-feira, 6 de julho de 2016

Declaração...

Tenho visto mensagens lindas no Facebook nos últimos tempos. 

Confesso que as que mais me tem tocado são as que fazem referência a quem partiu. 

A experiência de minha vida me ensinou que "os bons morrem jovem". Demorei para entender o que isto queria dizer, mas após várias perdas percebi que sempre queremos estar do lado dos bons... e os bons são aqueles que amamos... e os que amamos sempre tinham que ter ficado mais um pouco, envelhecido um pouco mais... 

A saudade nos aperta o coração e, como um consolo travestido de homenagem, postamos aquela foto, lembramos daquele momento especial... Falamos do primeiro Natal sem a pessoa querida, do quão parecido ele era com alguém próximo, do quanto ela gostava daquele vinho que hoje bebemos em seu nome como se ela estivesse ali... 

Particularmente nas últimas semanas tenho tido muita saudade de alguém que partiu... Ela partiu aos poucos... Já não me reconhecia no final, mas eu estava lá e isto, ao mesmo tempo que me cortava o coração me acalentava a dor da perda a conta gotas... 

Mas este "post" não é sobre ela. 

Este é um recado para meu grande amor que faz cada amanhecer mais feliz e cada noite mais tranquila... 

Como é bom poder matar a saudade dela todos os dias... Sei que um dia esta saudade será eterna, mas é da vida... Mas o dia de hoje é de festa, ela está aqui! 

Vamos olhar as fotos e vamos rir juntos. Vamos ver nossas filhas se apresentando na escola ou brincando e vamos rir ao comentar como uma se parece em algo com o outro. Vamos tomar aquele "milk shake" que tomamos no dia do primeiro beijo e, ao invés da lágrima escorrer pela saudade que não passa, rolará de alegria pelos 25 anos que estamos juntos... 

Hoje é o dia! Não, não é aniversário de uma data especial, não é dia dos namorados, Natal ou qualquer outra coisa... É o dia que o Senhor fez para nós, para que nos amemos, nos suportemos e sigamos caminhando juntos.... 

Letícia, eu te amo, e sou muito feliz porque te tenho comigo e porque sou melhor por causa disso... Aproveito que estás aqui comigo para te dizer o quanto és especial e para que meus amigos também saibam... Amanhã, pode ser tarde e no céu não tem Facebook... 

E como diz a canção.. "Eu quero envelhecer, estando sempre aqui ao lado teu. Contigo até o fim, contigo até quando Deus quiser"...

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

FELICIDADE

Caro leitor imagine-se com uma carreira estável e um casamento feliz que deu como fruto três lindas filhas!

Você está pagando suas contas, o financiamento de sua casa, consegue guardar um pouco de recursos para o futuro.

Tem dois carros na garagem, um familiar e um um pouco menor, os quais são divididos entre você e sua esposa para levar e trazer suas filhas da escola, passear no fim de semana etc.

Todo o dia você acorda cedo vai para o seu trabalho, o qual lhe dá dias de chuva e dias de sol, mas que, ao fim e ao cabo, é o modo honesto que você escolheu para obter o seu ganha pão e dar conforto para sua família. Este trabalho lhe consome os cinco dias da semana e, às vezes, até o fim de semana.

Sua esposa também trabalha. Faz horários malucos para conseguir conciliar a profissão e o lar. Trabalha em alguns sábados e em alguns dias à noite.

Vida corrida, como tantas outras!

Um dia você abre o jornal e vê o anúncio da Caminhonete dos seus sonhos e dos da sua esposa: 4x4, automática, GPS integrado, bancos aquecidos, 7 air-bags… Um luxo só! É um valor alto. Custa mais que o dobro do melhor carro que você tem na garagem… Mas é o carro dos seus sonhos e dos da sua esposa! Vai ter que parcelar, talvez, em cinco anos… Mas é o carro dos seus sonhos e dos da sua esposa! Ainda tem o seguro, o IPVA… Mas é o carro dos seus sonhos e dos da sua esposa!

Você pensa que merece este mimo, este luxo…

Imagina quando mostrar seu novo carro para seus pais o que eles vão dizer: “lindo carro!”, “que luxo!”, “quero dar uma volta!”... Sabe que muito provavelmente ligarão para os tios para se orgulhar, ou contarão para os vizinhos que seu filho/filha tem um carrão! Trabalham duro e têm sucesso em suas carreiras! O carro imponente é o símbolo de que venceram na vida!

Quando você der carona para seus amigos ou colegas de trabalho ouvirá que o carro é lindo, que tem detalhes fantásticos, que é tecnologia de ponta…

Seus vizinhos mais chegados vão querer dar uma olhada por dentro, ou mesmo no motor para ver a máquina por baixo do capô…

As pessoas próximas que gostam de você ficarão felizes com sua conquista porque aquele carro representa o seu sucesso, a sua conquista, o prêmio pelo seu esforço… Não perguntarão em quantas parcelas você financiou ou qual o valor de cada prestação; não calcularão o consumo de combustível para lhe dizer que você é corajoso; não farão cálculos de cabeça para saber o valor do IPVA e dizer que ter este “luxo” é coisa para loucos….

Aí você decide que, ao invés de investir neste luxo, será mais gratificante transbordar o amor que existe na sua família e, com a Graça de Deus, decide aumentá-la e ter mais uma criança, mais um filho, mais uma vida, mais amor…

Mas isto não é um símbolo de “status”, aliás, até dirão: muitos filhos é coisa de pobre!

Não, parte de sua família e de seus amigos, não ficará plenamente feliz e fará força para não expressar seu espanto… Diferente do sucesso de seu “novo carro”, uma criança amada e querida por seus pais e suas irmãs, trará desconforto, desprezo e colocações “simpáticas” do tipo: vocês queriam?; vocês são loucos!; com o mundo deste jeito, mais um filho?; vocês não têm televisão em casa?; e o Zika vírus?; agora a fábrica fecha, né?; em busca do menino?...

Estarão preocupados com o valor do curso de harpa para 4 crianças (aula de violão é para os fracos)... Com a viagem para Disney para uma família de 6 pessoas com o dólar ao preço que está… E o curso de inglês? E a natação? Enfim, vocês sabem quanto custa um filho?

Respondendo a última pergunta: não. Alguns dirão que, por esta razão, é que nos aventuramos em ter uma família numerosa… Mas complemento a resposta dada, dizendo que não sei quanto custa um filho porque amor não tem preço, não tem cotação de seguro nem recolhe imposto todo ano.

Decidimos aumentar a família e somos felizes por esta nossa decisão! Cada um sabe a felicidade que tem e como pode alcançá-la. Não, quatro filhos, ou mais, não é a única forma de ser feliz… Há muita gente feliz sem filhos! Mas para nós é uma satisfação e uma realização.

Ela, nossa pequena criança, encheu esta casa de alegria mais uma vez… Nossa família merece este luxo e, passado o espanto inicial que a notícia possa ter causado, queremos dividir esta alegria com vocês e desejar que vocês não façam cálculos, não temam o mosquito, mas apenas fiquem felizes com a nossa alegria!

E o carro? Não, não foi desta vez que realizamos este sonho. Em que pese talvez fôsssemos melhor compreendidos se o tivéssemos comprado, optamos pelo amor de uma nova vida, ainda que muitos vejam nesta escolha, loucura ao invés de felicidade.

P.s.: Em tempo, é um menino!

sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

Ano Novo!

Neste ano que passou ouvi uma frase que me marcou bastante e sobre a qual, principalmente nos momentos de incerteza, tenho refletido:

"Passei minha vida inteira esperando pelo futuro que nunca chegou!"

Não sei o autor (pretendo descobrir), mas penso que é um ensinamento para aqueles momentos em que tentamos estar preparados para um futuro que desconhecemos, mas que nos angustia... Será que teremos saúde para criar nossos filhos? Vamos conseguir pagar nossas dívidas se a crise econômica aumentar?... Muitas vezes, passados os anos, vemos que nossas preocupações foram gratuitas... 

Gastamos boa parte de nossa vida preocupados com o futuro e, por isto, vivemos menos. É claro que não podemos levar uma vida irresponsável sem pensar no amanhã, mas preparar-se para o futuro, não é temer pela incerteza que há de vir, mas sim trabalhar no hoje, fazendo o que pode ser feito.

Assim, desejo que este ano de 2016 seja o ano para viver o dia de hoje, fazendo tudo o que está ao nosso alcance, sem que soframos, e deixemos de viver, pelo futuro que talvez nunca chegue!

Feliz 1º de janeiro de 2016 a todos, pois é este o dia que Deus fez para nós, o de hoje!