sábado, 29 de dezembro de 2012

Em 2013 não faça nada diferente, apenas siga lutando!

Mais um ano que se vai... Ou seria mais um ano que chega?

Não sei, mas o certo é que, seja qual for o ponto de vista, sou agraciado por estar aqui tendo esta dúvida quanto a tantos já não é mais dado refletir sobre o tema. A eles, minha saudade!

Abrem-se se jornais e revistas e o que se vê, em todo o canto, é uma lista de coisas que devem ser mudadas para o 2013 que está chegando: mais amor, menos comida, limpar guarda roupa, estudar para concurso... Rádio e televisão repetem o mesmo tema.

Entretanto, gostaria de encontrar, não tenho tido esta sorte, uma pequena reportagem, poderia ser de canto de página, dizendo: “Em 2013 não faça nada diferente, apenas siga lutando!”.

Não pensem que sou contra a evolução ou sofro da Síndrome de Gabriela (eu nasci assim, eu cresci assim e sou mesmo sim, vou ser sempre assim...). Acho que temos sempre que buscar uma condição, principalmente como pessoa, melhor que a do dia anterior. Melhorar é importante, mas a felicidade muitas vezes pode também estar na mesmice de seguir lutando e jamais desistir, ainda que não se consiga mudar.

O que me incomoda é que após o Natal, somos invadidos por um sentimento de que devemos mudar, fazer novos planos, conhecer lugares que não visitamos, experimentar o desconhecido... Quase que um sentimento de esquecer o que passou, frustrar-se pelo que não se fez e jogar fora o passado, ou aproveitá-lo apenas como um compêndio de erros a não serem repetidos!

Olho para o ano que passou, e para os outro 39 já vividos, e vejo erros e acertos, alegrias e tristezas, mas não arrependimento! Fiz propósitos que não cumpri, extrapolei limites que pareciam inatingíveis, venci, fui vencido, ganhei, perdi, alegrei-me, sofri... Enfim, vivi! Foi o que minha (in)capacidade me permitiu!

Sou o que sou pelo que passei nestes anos! Já é um pouco tarde (40 anos) para querer outra vida! Aquela viagem de mochila por uma região desabitada... Esquece! Comprar aquele carrão dois lugares... Já era! Minha vida, a qual não troco por nada, é outra! E é a melhor de todas porque é a que eu vivo!

Pequenas mudanças, sim! Vou mudar um armário de um quarto para o outro para acomodar melhor minha terceira filha que está chegando! Carro novo? Talvez uma minivan de 7 lugares, pois a família sempre pode aumentar! Usar maquiagem? Pode ser. Não todos os dias, mas naquela tarde chuvosa em que suas meninas precisam de uma modelo (ou seria cobaia) para visitar o seu salão de beleza! Incluirei mais frutas na minha alimentação? Sim! Pois além da Moranguinho, este ano o Papai Noel trouxe a Uvinha, a Limãozinho... (Viram como não sou contra mudanças e propósitos de fim de ano?)

Minha vida é muito boa! Perdas? Muitas! Ganhos? Diversos. Mas tento escolher o que de melhor ela me deu e segue me apresentando. 

É como quando vamos à feira comprar frutas. Temos em uma cesta 200 maçãs. Umas bonitas, outras castigadas pelas interpéries. Algumas com sinais iniciais de apodrecimento, outras com buracos de bichos. Escolhemos, talvez, cinco. As que achamos que são as melhores. Vamos para a casa e as saboreamos como se fossem a melhor coisa do mundo! Não ficamos pensando nas bichadas, ou nas verdes que ficaram na feira! Aproveitamos a que temos em nossas mãos. E ela que mata nossa fome, nos dá o prazer de uma mordida suculenta, nos revela a fragrância de que tanto gostamos! E os que não gostam de maçã jamais nos entenderão!

Eu, neste ano que está chegando, mais do que mudar algo, quero continuar escolhendo os frutos bons de minha vida, ainda que seja apenas cinco, em duzentos, ou talvez em um milhão.

Hoje, pela manhã, colhi mais um pequeno morango: minha filha de quatro anos acordou assustada com um pesadelo. Colhi o fruto de acalmá-la ao abraçá-la e dizer-lhe que ficasse tranquila, pois não existiam vulcões no Brasil! Só quem já passou por isto sabe o quanto faz bem ser o protetor de nossos filhos! Viram como é boa minha vida?

Que em 2013 não necessitemos de muitas mudanças em nossas vidas, mas sim que saibamos saborear os frutos bons de nossas vidas, ainda que sejam poucos ou que sejam simples aos olhos dos outros, pois o que vivemos e amamos ninguém nos tira ou vive por nós. 

Feliz Ano Novo!