Já dizia o comercial do Gelol: “Não basta ser pai, tem que
participar!”
Pois bem, sábado passado foi dia de madrugar, afinal de contas a
Ana tinha nos inscrito em uma competição em um evento na escola e estava
ansiosa por nossa participação.
Segundo ela, tínhamos grandes chances porque, afinal de contas,
eu tinha jeito para aqueles jogos dos quais participaríamos.
Conversei com ela e expliquei
que, enquanto a pessoa mais velha da casa, eu tinha mais experiência. Por causa
disto, aos seus olhos e ao dos seus irmãos, eu parecia muito bom, mas no mundo
existiam pessoas muito melhores que eu.
Ela não se deu por vencida e
disse que talvez não tivesse muitos competidores. Eu redargui que, nestes
casos, os poucos, normalmente são os melhores e os mais preparados.
Em que pese meus argumentos, nada
foi capaz de lhe tirar a euforia e a certeza que faríamos uma boa participação.
Fiquei pensando na
responsabilidade que temos com eles (nossos filhos). Somos seus super heróis.
Sabemos tudo: de que são feitas as estrelas, como o avião voa, quanto é mil
mais mil... Resolvemos todos os problemas... Vencemos sempre...
E isto é bom! Somos nós, seus
pais, que devemos ser seus ídolos. Quando este espaço é ocupado por terceiros,
algo está errado.
Aos poucos eles vão descobrir que
não é bem assim, mas até lá, tomemos nosso lugar de Super-Pai! Eles depositam
sua confiança em nós e não podemos desapontá-los!
E não desapontá-los não é estar
sempre certo, ter resposta para tudo ou vencer sempre... É amá-los,
entende-los, educa-los, chorar e alegrar-se com eles... mas para isto
precisamos estar presentes...
E eu estava lá como ela me
pedira!
No que competimos e se ganhamos
ou perdemos, é irrelevante. Participamos juntos!
Foi mais um daqueles programas de
pai e filha que, com o crescimento dela, vai ficar cada vez mais raro. Em
breve, andar de mãos dadas ou abraçada com seu pai pelos corredores da escola
poderá ser considerado “pagar mico”.
Mas sábado, eu aproveitei a
oportunidade e desfilei abraçado com ela!
Como recompensa por estar lá,
foram muitos sorrisos, vários abraços e o sentimento de que ser Pai é a melhor
coisa do mundo!
E, ao final de tudo, a cereja do
bolo! Ao sentarmos no carro para ir embora, ela se vira para mim com um sorriso
e diz: “Eu não falei? Eu sabia!”
E eu me senti o pai mais feliz do
mundo!
Só me resta agradecer a Deus por
ter confiado a mim a paternidade de alguns de seus filhos e à Letícia sem a qual eu
jamais seria pai da Ana, da Giana, da Martina ou do Pietro.