sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Solidão ou Liberdade?


Estes dias li uma postagem em uma rede social na qual um amigo, solteiro, em um fim de semana, apresentava uma foto, provavelmente da sala de sua casa, na qual aparecia uma garrafa de vinho, alguns livros sobre a mesa e a pergunta: "Solidão ou liberdade?"

Justa reflexão que, já antecipo minha opinião sobre, não tem resposta absoluta e idêntica para todos. Dependerá do sentimento de cada um frente a este questionamento.

Particularmente, tenho minha resposta.

Com minha mulher e minhas filhas na praia enquanto trabalho em Porto Alegre, a calma da casa está longe de ser uma benção que liberta das correias do casamento e da paternidade. É para mim a solidão daqueles que encontraram a liberdade nos braços de quem amam, porque amam livremente.

A liberdade de estar só é muitas vezes a escravidão do próprio eu.

Chegar em casa e não encontrar ninguém leva a reflexão que ter uma casa não é ter um lar, ter conforto não é ter afeto, ter silêncio, necessariamente, não significa paz.

O café solitário não tem o mesmo sabor daquele que se toma ao lado de quem se ama...

Aquela série cômica não tem a mesma graça quando não se ouve a gargalhada da mulher amada ao seu lado...

A cama quente e confortável torna-se um latifúndio sem sentido...

E a ausência das crianças, que "enchem uma casa", é notada em cada passo. O vazio da casa também esvazia a alma.

E, a cada momento canções me vem à cabeça lembrar a saudade que sinto:

"...dos meus filhos eu sinto saudade..."
"...aqui onde as horas não passam..."
"...fiz um mate mais comprido porque sei que ela não vem..."
"...não vejo a hora de te encontrar..."
"...no silêncio da noite, eu fico imaginando nós dois..."
"...me haces falta, muita falta, no se tu..."
"...eu conto as horas pra poder te ver, mas o relógio está de mau comigo..."

Deito na cama ao fim do dia e, por reflexo condicionado, penso: vou chamar as crianças para a oração da noite... Mas esta noite será somente eu e Ele.  Resta-me agradecer a Deus por ter uma família linda, amar meus filhos e minha mulher, e sentira a falta deles.

E ao fim do dia, para que o sono e a hora do reencontro chegue logo, socorro-me a Nando Reis e adormeço cantando "...espero que o tempo passe, espero que a semana acabe, para que eu possa te ver de novo...".





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