sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Eu quero ser o Coiote

Estava conversando com minha filha mais velha estes dias quando a levava a um compromisso  e ela me perguntou o que significava “papa léguas”. Expliquei-lhe que esta expressão, nome de um personagem de desenhos animados, significava algo como comer estrada querendo dizer que andava muito.

Começamos, então, a falar do desenho que dera origem à pergunta e sobre a eterna luta do Coiote em conseguir pegar o rápido Papa-Léguas e transformá-lo em sua refeição. Falamos sobre as “frias” em que o Coiote se metia em sua incansável busca, dos aparatos comprados junto à ACME, dos seus planos mirabolantes,  e, ao fim, concluímos que ele nunca desistia. Acontecesse o que acontecesse, no dia seguinte ele estava pronto a executar um plano infalível (que como sabemos falharia) para atingir seu objetivo.

Larguei minha pequena em seu compromisso e segui meu caminho pensando em nossa conversa.

Cheguei  à conclusão que o Coiote, apesar de seu objetivo nada nobre, é um exemplo de persistência, constância, foco e fé!

Todo dia ele acorda e busca uma nova forma para atingir seu objetivo: capturar o Papa-Léguas. O insucesso de ontem não o abala. A falha do produto da ACME comprado ou o fracasso do plano executado no passado não o fazem desistir. Apesar de tudo que aconteceu em suas tentativas e experiências anteriores ele tem a esperança que o dia de hoje vai ser melhor e ele atingirá seus objetivos. Para isto compra novos produtos ACME e bola novas estratégias.

Eu quero ser o Coiote!

Quero acordar de manhã e esquecer dos fracassos de ontem, acreditar que no dia que surge eu serei melhor que no passado, que não perderei o foco nos meus objetivos de vida e, ao fim da jornada, minhas metas serão alcançados.

E se isto não ocorrer e eu fracassar novamente, não será  cometendo os mesmos erros ou simplesmente desistindo. Farei diferente. E no dia seguinte estarei pronto para a nova batalha.

Quantas vezes iniciamos um projeto e, na primeira dificuldade, desistimos esquecendo o que nos motivava e o quanto aquele objetivo era importante para nós?

Quantas vezes, porque fracassamos em um momento de nossa vida, pensamos que tudo está perdido e não vale à pena continuar?

Quantas vezes somos escravos de nossas decepções conosco mesmo e de nossas frustrações, ficando enclausurados na nossa letargia e na falta de força de vontade de levantar para recomeçar?

O Coiote pode ter todos os defeitos do mundo, mas jamais poderá ser acusado de não saber o que quer, de não ter esperança e de desistir de seus projetos!


Sob este aspecto, eu quero ser o Coiote! 



quarta-feira, 12 de junho de 2013

O dia 12 de junho é um dia comum como todos os outros

O dia de hoje remonta a um outro 12, mas não um dia 12 qualquer, solitário, que poderia ser de junho, de maio, ou de qualquer um dos outros 10 meses do calendário.

O 12 que falo, na verdade, unia o 16 e o 2000, mas mais do que isto, unia duas vidas perante Deus para todo o sempre.

O dia 16 de dezembro de 2000, sim, o 12 a que me refiro é o de dezembro, é, talvez, o dia mais importante de minha vida. Não é quando tudo começou, mas é quando o caminho não teve mais volta, a ponte que nos ligava ao individualismo ruiu, nossos sonhos se uniram e nossos olhares, após se cruzarem apaixonadamente, vislumbraram a mesma direção.

Se o namoro persiste até hoje, muitas vezes incorporando mais três pessoinhas que se agregaram à família, este, após 16/12/2000, não unia mais duas pessoas, mas fazia de duas vidas um só coração.

Nestes 12 anos de casados, olha o 12 aí novamente, houve trevas, frio e tempestades... Mas quando dois corações se unem em um só, este novo amor que surge ilumina a escuridão, quebra o gelo e nos dá serenidade para enfrentar as tormentas. É a casa sobre a rocha.  As tempestades vieram, como vêm para todos, mas a diferença é que a casa não desmoronou.

Neste longo namoro, que persiste até hoje, é claro aos nossos corações que Deus guiou nossos caminhos até que eles se cruzassem para que, uma vez selada nossa união, sonhássemos juntos até sempre.

Não nos escolhemos, mas repetimos a cada amanhecer o propósito de sermos um, ainda que as tempestades venham e até que a morte nos separe.

Aliás, como já disse em outra oportunidade, nosso amor persistirá após nossas existências materializado em três doces meninas que carregam o dom da vida dado por Deus e muito deste amor que existiu na geração de suas vidas.

Participar da criação através da geração dos filhos nos dá a certeza de que nosso amor persistirá mesmo após a nossa morte.

Ana Carolina, Giana e Martina, somente poderiam ser filhas de Rodrigo e de Letícia. E sua descendência somente poderá ser nossa descendência. Se eu tivesse filhos com Maria e a Letícia com José, nenhuma destas vidas existiria. Elas são especiais porque são frutos do nosso amor.

Então é isto, o dia 12 de junho é um dia comum, como todos os outros, no qual devo lembrar Daquele que me deu a vida, agradecê-lo por este dom e por ter guardado aquela que fez e faz a minha vida mais feliz e dá sentido a ela. Dia de olhar para frente e querer amá-la mais, na sua pessoa e na pessoa de nossas filhas.

E ao fim do dia, cantar:

“Eu quero envelhecer
Estando sempre aqui ao lado teu
Contigo até o fim
Contigo até quando Deus quiser
Os filhos por aí
E você sempre aqui ao lado meu
No fim será só eu, você e Deus”


sábado, 8 de junho de 2013

DVD com pipoca

Nem sempre as coisas são como planejamos ou como pretendemos que elas sejam.

A dinâmica da vida não nos permite pensar muito longe. Abrimos o mapa que rabiscamos para o futuro, damos os primeiros passos e, logo nos primeiros cem metros  nos deparamos com uma montanha a impedir a caminhada.

Redesenhamos o mapa e iniciamos o contorno da montanha e, no meio do caminho, mudamos de rota.

Mas a caminhada ainda é nossa. É o nosso rumo. Mas e àqueles que queríamos que fossem nossas companhias nesta jornada... onde estão? Olhamos em volta e sentimos sua falta. Mas eles prometeram estar sempre conosco. Será que nos abandonaram juntamente com suas promessas?

Não, apenas seguiram seus próprios caminhos. Mas porque os “seus” próprios caminhos não contemplaram estar ao nosso lado? Será que não fazíamos parte de seus planos?

Então, com a dureza que só a vida sabe impor, percebemos que “nossos” planos não são nossos e não podemos traçá-los, pois a vida impõe circunstâncias que não podemos controlar. E aquela pessoa não traçou planos “sem” você porque não era ela a dona de sua vida.

Sim, nossos atos têm consequência e podemos trabalhar para que nossa vida tome determinada direção, mas não estamos no controle.

O que resta é saber que quem não nos acompanha, segue perto de nosso coração e que Aquele que controla nossa vida nos leva pelo melhor caminho, sempre.

Nestas horas penso nas minhas filhas. Às vezes elas ” traçam um plano” de brincar à noite, na rua, com a temperatura abaixo de 10 graus o que, inevitavelmente, conduzirá a um resfriado ou complicações mais sérias. Não vão! Acabarão, após alguns resmungos, em um outro programa, talvez um DVD em família com pipoca. Estarão tão felizes, ou talvez até mais, quanto se tivessem na rua expostas ao frio, mas ainda assim poderão reclamar de que não puderam brincar na rua e, talvez, nunca percebam que foram protegidas por um pai e uma mãe que sabia o que era melhor para ela.

Somos assim, às vezes não entendemos o sofrimento de não poder sair para “brincar à noite”, não usufruímos a alegria do “DVD em família”, e choramos por quanto a vida tem sido injusta e pesada conosco, sem saber que nosso Pai esta nos protegendo.


Se o trabalho está pesado, se as pessoas foram embora, se seu filho tirou notas baixas na escola, enfim, se a vida parece difícil... Tente aproveitar o DVD em família, pois Deus sabe o que é melhor para você. 

Eu estou tentando rir do filme e saborear as pipocas, apesar de tudo!

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Eternidade



Li estes dias na internet notícia de que um bilionário de 32 anos de idade, de nome Dmitry Itskov (pesquise este nome na internet se duvida), estaria investindo em pesquisas pare fazer o upload seu próprio cérebro para uma máquina e tornar-se imortal até 2045.

Fiquei pensando na eternidade e na ânsia que o homem tem de se tornar eterno a qualquer preço em um sentimento de vaidade que quer transcender a sua própria existência.

E neste caso não estou falando em perspectiva espiritual, mas em uma eternização física.

Em diferentes graus, todos nós temos medo de sermos esquecidos, ou melhor, de não sermos lembrados.

Com um bebê de menos de três meses em casa, muitas vezes me pego orientando minha esposa e minhas filhas mais velhas, em caso de minha falta prematura, de contarem à pequena Martina quem era seu pai e, claro, destacarem minhas qualidades (jamais meus defeitos).

Lembro de um livro que li, A Lição Final , de Randy Pausch, em que o autor, sabedor de ter contraído uma câncer de pâncreas que o conduziria à morte, dentre outras realizações, decide levar seu filho Dylan para nadar com os golfinhos, porque segundo ele “Uma criança não esquece facilmente que nadou com golfinhos”.

Na verdade era a necessidade de tornar o seus momentos com seus filhos tão marcantes para que estes guardassem uma lembrança dele. Nada mais que a necessidade que temos de ser eternos.

Somos assim, buscamos não sermos esquecidos.

Perdi meus pais cedo e o mês de maio me remete, com muita força, ao sentimento de saudade de minha mãe.

E a temática aqui abordada não surge por acaso, mas em razão de uma postagem de minha tia que, com a sensibilidade que lhe é peculiar, marcou-me no facebook postando um vídeo que segundo ela era uma das músicas prediletas de minha mãe.

No curto espaço de tempo que convivemos, minha mãe não teve tempo de me falar de seus gostos musicais, havia informações e orientações mais relevantes a serem trocadas. Mas por mais estranho que pareça, ou talvez não tenha nada de estranho, não me lembrava de conhecer ou ter ouvido a referida música antes, mas ao escutá-la foi como se a conhecesse a tempos, gostasse dela e a melodia fizesse parte de minha vida.

Naquele momento, percebi a eternidade de minha mãe em meu coração e, de certa forma, a eternidade de quem lhe apresentou esta canção. Talvez minhas filhas, no futuro, não se lembrem de sua avó paterna que não conheceram e só tiveram contato através das histórias contatadas por seu pai. Mas ao lembrarem de seu pai, lembrarão, mesmo sem saber, indiretamente de sua avó, uma vez que eu sou fruto desta mulher e de seu amor, e por sua vez de seu bisavô materno, que nem seu pai conheceu, mas que participou na formação de sua mãe e por consequência na formação de seu pai.

Enquanto Dmitry investe sua fortuna no upload de seu cérebro, eu prefiro investir no upload de meu coração amando os que me rodeiam para que eu me eternize em suas vidas, na sua mente e na sua descendência, ainda que esta jamais saiba quem eu sou. Afinal de contas, a semente só brotará se morrer.


sexta-feira, 3 de maio de 2013

Os bons morrem jovens



É engraçado... os  bons morrem antes!

Não porque a sua ida seja prematura, mas porque nunca é bastante tarde para nos deixarem...

O tempo passa, as coisas mudam e a gente espera que a saudade vá embora, mas quando menos esperamos ela nos surpreende e senta ao nosso lado como uma antiga conhecida.

Quando menos esperamos olhamos para os nossos filhos e seu olhar está lá... E olhamos um filme, uma cor, um doce... e a lágrima escorre porque eles avivam a lembrança...

Por que não podemos estar juntos? Por que não pudeste me conhecer como homem? Por que não tens minhas filhas em teu colo?

Sei que muito provavelmente guarde uma imagem distorcida da infância e hoje a convivência não seria tão amistosa... Mas mesmo sabendo disto me fizeste falta... e ainda faz!

Mas é a vida... Ficam a saudade, as lágrimas, mas sobretudo o amor com que me amaste e através do qual aprendi a amar.

Só queria dizer que te amo e que és eterna, pois penso em ti a cada dia ainda que eu já tenha vivido o dobro do tempo na solidão de tua falta em relação ao que vivemos juntos...

Mas apesar de efêmero, cada minuto valeu uma vida, a minha vida! Fica com os anjos, fica em paz... 

sábado, 29 de dezembro de 2012

Em 2013 não faça nada diferente, apenas siga lutando!

Mais um ano que se vai... Ou seria mais um ano que chega?

Não sei, mas o certo é que, seja qual for o ponto de vista, sou agraciado por estar aqui tendo esta dúvida quanto a tantos já não é mais dado refletir sobre o tema. A eles, minha saudade!

Abrem-se se jornais e revistas e o que se vê, em todo o canto, é uma lista de coisas que devem ser mudadas para o 2013 que está chegando: mais amor, menos comida, limpar guarda roupa, estudar para concurso... Rádio e televisão repetem o mesmo tema.

Entretanto, gostaria de encontrar, não tenho tido esta sorte, uma pequena reportagem, poderia ser de canto de página, dizendo: “Em 2013 não faça nada diferente, apenas siga lutando!”.

Não pensem que sou contra a evolução ou sofro da Síndrome de Gabriela (eu nasci assim, eu cresci assim e sou mesmo sim, vou ser sempre assim...). Acho que temos sempre que buscar uma condição, principalmente como pessoa, melhor que a do dia anterior. Melhorar é importante, mas a felicidade muitas vezes pode também estar na mesmice de seguir lutando e jamais desistir, ainda que não se consiga mudar.

O que me incomoda é que após o Natal, somos invadidos por um sentimento de que devemos mudar, fazer novos planos, conhecer lugares que não visitamos, experimentar o desconhecido... Quase que um sentimento de esquecer o que passou, frustrar-se pelo que não se fez e jogar fora o passado, ou aproveitá-lo apenas como um compêndio de erros a não serem repetidos!

Olho para o ano que passou, e para os outro 39 já vividos, e vejo erros e acertos, alegrias e tristezas, mas não arrependimento! Fiz propósitos que não cumpri, extrapolei limites que pareciam inatingíveis, venci, fui vencido, ganhei, perdi, alegrei-me, sofri... Enfim, vivi! Foi o que minha (in)capacidade me permitiu!

Sou o que sou pelo que passei nestes anos! Já é um pouco tarde (40 anos) para querer outra vida! Aquela viagem de mochila por uma região desabitada... Esquece! Comprar aquele carrão dois lugares... Já era! Minha vida, a qual não troco por nada, é outra! E é a melhor de todas porque é a que eu vivo!

Pequenas mudanças, sim! Vou mudar um armário de um quarto para o outro para acomodar melhor minha terceira filha que está chegando! Carro novo? Talvez uma minivan de 7 lugares, pois a família sempre pode aumentar! Usar maquiagem? Pode ser. Não todos os dias, mas naquela tarde chuvosa em que suas meninas precisam de uma modelo (ou seria cobaia) para visitar o seu salão de beleza! Incluirei mais frutas na minha alimentação? Sim! Pois além da Moranguinho, este ano o Papai Noel trouxe a Uvinha, a Limãozinho... (Viram como não sou contra mudanças e propósitos de fim de ano?)

Minha vida é muito boa! Perdas? Muitas! Ganhos? Diversos. Mas tento escolher o que de melhor ela me deu e segue me apresentando. 

É como quando vamos à feira comprar frutas. Temos em uma cesta 200 maçãs. Umas bonitas, outras castigadas pelas interpéries. Algumas com sinais iniciais de apodrecimento, outras com buracos de bichos. Escolhemos, talvez, cinco. As que achamos que são as melhores. Vamos para a casa e as saboreamos como se fossem a melhor coisa do mundo! Não ficamos pensando nas bichadas, ou nas verdes que ficaram na feira! Aproveitamos a que temos em nossas mãos. E ela que mata nossa fome, nos dá o prazer de uma mordida suculenta, nos revela a fragrância de que tanto gostamos! E os que não gostam de maçã jamais nos entenderão!

Eu, neste ano que está chegando, mais do que mudar algo, quero continuar escolhendo os frutos bons de minha vida, ainda que seja apenas cinco, em duzentos, ou talvez em um milhão.

Hoje, pela manhã, colhi mais um pequeno morango: minha filha de quatro anos acordou assustada com um pesadelo. Colhi o fruto de acalmá-la ao abraçá-la e dizer-lhe que ficasse tranquila, pois não existiam vulcões no Brasil! Só quem já passou por isto sabe o quanto faz bem ser o protetor de nossos filhos! Viram como é boa minha vida?

Que em 2013 não necessitemos de muitas mudanças em nossas vidas, mas sim que saibamos saborear os frutos bons de nossas vidas, ainda que sejam poucos ou que sejam simples aos olhos dos outros, pois o que vivemos e amamos ninguém nos tira ou vive por nós. 

Feliz Ano Novo!

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Sonho tão desejado...


Sonho tão desejado, sonho tão esperado, às vezes adiado para o bem daqueles amados.
Sonho que se repete com um novo sorriso que vem, seja nos braços dos pais ou de quem lhe queira bem.
Não sabemos ainda seu nome ou mesmo que sexo tem, mas nosso coração pulsa forte pelo amor que de nós ele tem.
É a família crescendo... um filho, um irmão, uma paixão. Motivo de grande alegria para o lar esta nova benção.
As rimas um pouco forçadas surgem de um pai babão, para quem a criança que se repete é novidade em seu coração.
Não sei por quanto tempo o teremos, pois a nós jamais pertenceu, é um presente do céu dado por um Pai generoso a quem chamamos de Deus.
À curiosidade amiga respondemos sem pestanejar, se é o último, ou não, não cabe-nos deliberar.
Presentes nós recebemos, não há choro ou devolução, somente muito alegria e amor demais no coração.
Obrigado Deus por mais esta vida e que saibamos dela cuidar, apesar de nossas limitações, vamos nos esforçar.
É um pequeno serzinho que cabe na palma da mão, mas já é nova vida que merece amor e atenção.